QUARTOAMADO
Carlos Queiroz Desconstruídos

Carlos Queiroz Desconstruídos

Desconstruídos

Carlos Queiroz
Texto Bernardo Biagioni
Fotos Bernardo Biagioni | Fernando Biagioni
11 de Março a 11 de Abril, 2015

Esta cidade, eu sinto muito. Observando os prédios e os tédios desvelando em bares e becos soberbos de arquiteturas tediosas. Tateando ar e fôlego por dentre os respiros das ruas – encarando rostos absortos que vagueiam pelas esquinas pouco iluminadas de uma metrópole não anunciada. Encarando a vida e a desarmonia que rege o descompasso de uma doce e intermitente melancolia que me habita o corpo.
Encontros e despedidas. Igrejas e catedrais que semeiam a fé a disritmia de uma religião em desabandono. Filhos de uma crença a se agarrar pelos terços de tradições e rupturas – caminhando por sobre cruzes e luzes que orientam os astros e colapsos de uma geração em transe. Transando os pecados em matrimônios separados pela divindade do Agora. Somos livres e seremos – enquanto acreditarmos que somos a cura de nós mesmos.
Carlos Queiroz. Vindo da cidade do saber e do límpido tracejado meticuloso que ilumina um canto do pensamento malevolente. Alimentado pelas formas e cores e concretos e asfaltos que aprisionam o homem moderno em cálculos invisíveis de espaços e orações planejadas. A arquitetura à serviço do convívio – e o convívio refém de um projeto urbanístico que jamais nos foi apresentado.
Sinto muito os carros, os lapsos e os percalços deste Belo Horizonte que me evita. Sinto muito os espaços públicos cerceados, delimitados e as orientações postergadas pelas palavras sagradas. Sinto-me parte destes prédios e tédios que se misturam às estranhas entranhas da minha mente pensante. As lágrimas e as lástimas contemporâneas reagindo como máquinas e tijolos a construir e desconstruir esta vivência nas montanhas.
GALERIA QUARTOAMADO
RUA ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE 384
SAVASSI • BELO HORIZONTE • BRASIL
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