Babi Macedo | Ágata Marcques | Andrew Rocha | Gael Benítez | Maya Braga | Brisa Alkimin | Caio Jade | Cléo Ventura |Juhlia Santos | Lázaro dos Anjos | Nickary Aycker | Rodrigo Carizu | Sthephanny Di Monaco | Titi Rivotril | Carlos Amorim | Jocosa Aguiar | Cristal Lopez | Caiotic | Ed Marte | Vitor Fernandes | Luci Universo Texto e Curadoria Guilherme Morais | João Maria Kaisen 4 a 27 de Abril, 2018
Segundo o Relatório da Violência Homofóbica no Brasil publicado em 2016 pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, o Brasil segue como líder mundial em homicídios de pessoas trans. De acordo com a Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, a cada 48 horas uma pessoa trans ou travesti é assassinada no país que também lidera o ranking de tentativa de homicídio, suicídio, violação de Direitos e consumo de pornografia.
A ideia da BAJUBÁ EM MOVIMENTO é ultrapassar as barreiras do preconceito com o desconhecido e aproximar, convidar e COM-VIVER entre as diferenças. Vamos ocupar juntes e em parceria com a galeria quartoamado, situada no coração da Savassi, região privilegiada e elitista.
Diante da demanda política de pesquisa sobre o modo de organização social cisheteronormativo vigente e, tendo em vista a pressão simbólica (coletiva e individual) para o exercício do gênero binário, homem-mulher, de acordo com os padrões convencionais e suas conseqüencias sobre os corpos, a realização da exposição “BAJUBÁ EM MOVIMENTO” aparece como prática estratégica de resistência e combate ao preconceito e também às normativas.
• Abordamos essa questão de forma a ampliar o campo de discussão sobre a atuação artística, cultural e sua demanda urgente.
• A descentralização da ideia de arte, trazendo para o centro (galeria) a população que foi marginalizada.
• A representatividade de artistas trans, travestis e intersex vem como uma reflexão de como os debates de gênero/sexualidade perpassam pela arte e a cultura.
Ainda consideramos importante o debate político em torno e através dos Direitos Humanos, no contexto histórico atual do Brasil, em que os diálogos sobre o respeito à diferença e as manifestações de especificidades no exercício de indivíduos postos à margem por grande parcela da população, instituições, discursos e ideologias – seja no campo da sexualidade, classe, etnia e gênero. E, portanto, em como a cidadania dessas pessoas é diretamente atingida e violada.
Observamos que a educação sexual, bem como a educação pelo respeito às alteridades, ainda é uma barreira no Brasil, bem como o projeto democrático que passa por vários golpes, o que dificulta cada vez mais a aproximação nos espaços que garantem acesso aos Direitos Humanos. Queremos reconhecer e visibilizar o direito ao trabalho e à representatividade da população trans, travesti e intersexual. Aqui serão evidenciadas suas escolhas de linguagem, estética e política. Na arte, no corpo, bem como nas suas possibilidades sociais.