QUARTOAMADO
Clara Valente Sismo

Clara Valente Sismo

Sismo

Clara Valente
Texto Bernardo Biagioni
Fotos Fernando Biagioni
10 a 23 de Dezembro, 2014

Portanto, de onde vieram estas montanhas? As frestas de sol e de bosque, os encantados lagos mergulhados em devaneios oriundos de sombras de outrora. As matas e as árvores a auscultar o brilho incandescente de uma cidade que nos insiste em mergulhar nos caminhos desobrigados da aurora. Faz-se sentir o tempo colidindo – veja o vento – é nítida a tensão que vem do ar.
Entre a cidade e o campo, o sonho e a saudade desenhada em geometria calculada; o ritmo e a insistência por uma cor e uma clemência que possa repartir os caminhos em formas projetadas. Clara Valente é a arquitetura da estrada imaginada no banco de trás do carro que corta as desventuras destas serras ancestrais. Continuidade e ruptura entre as margens, as curvas e as rubricas dúvidas que dobram além-mar.
Sismos. A insistência e a repetência ininterrupta a partir de movimentos orgânicos e viscerais que resultam no aclive de um sentimento diante do vento que corta as paisagens astrais. Sismo. O contato e o atrito de lados opostos que se atraem em fios condutores de forças centrífugas a nos girar por dias e noites de encontros e desencontros em bares e ruas e esquinas vazias e pouco iluminadas da cidade.
Sismo. A contração e a expansão de forças inversas, este momento particular em que nos encostamos e nos sentimos ganhando e perdendo contato com os laços e os percalços de um presente que já não nos permite mais. O retrato de um horizonte, a resposta do tempo. A crença indigesta e relutante de que podemos erguer no quintal da mente este jardim indigente que percorre Minas Gerais.
GALERIA QUARTOAMADO
RUA ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE 384
SAVASSI • BELO HORIZONTE • BRASIL
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